quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Viver perigosamente, ou não tanto assim. “Paz sem voz, não é paz é medo!”

Não quero aqui atribuir somente á grande mídia o fato de tantas pessoas restringirem suas vidas a um espaço bem menor do que ela poderia ser, quero apenas ressaltar que as pessoas dão um peso enorme a tudo aquilo que é passado de ruim pela mídia. Desde sempre o ser humano sempre se interessou pelo grotesco, e o sensacionalismo é comum com tudo o que parece novo, e ameaça de alguma forma a tranqüilidade das pessoas. A questão é que violência urbana sempre será um fato preocupante, porém em cidades grandes de países pobres ela é inevitável. Mas isso só se torna pior se a população, creio eu muito maior que a parcela pobre e violenta que tanto apavora, deva se adequar a isso e viver sua vida limitada ao medo extremo. Digo isso por ouvir com frequencia pessoas deixando de fazer coisas do seu interesse por medo. Sei que não é descabido, mas acredito que não seja esse o melhor caminho, ao fugir da violência com tanto pavor, estamos entregando a cidade àquilo que tememos, e nos aprisionando para deixar a violência pairar pelas ruas, dando espaço para ela.


Crimes sempre ocorrerão e é muito bom que fiquemos sabendo. Mas, por favor, não vamos limitar nossa vida a eles, afinal de contas quanto mais vazia a rua, maior o medo de andar por ela. Aliás, ultimamente não tem feito tanta diferença, poucos se arriscam pelos outros na nossa sociedade mesmo, ser assaltado em horário comercial ou de madrugada não deve fazer tanta diferença, quer dizer, pode limitar a violência do ato, mas não evitá-lo.


As pessoas se impressionam de forma muito negativa e fecham os olhos para a parte positiva até. Minha tia, por exemplo, estava pensando em trazer a filha de 4 anos ao Jardim Zoológico, no Rio, mas teme sair da pacata Itaipava, para vir pra cá. E ainda ouve conselhos de amigas para não fazê-lo. Ou seja, no que depender dos riscos, minha prima ficará como eu , que até hoje não conheço o zoológico porque minha mãe temia deixar que eu fosse a passeios escolares rumo ao rio de Janeiro. Para quem não vive aqui, e sabe apenas das coisas ruins que acontecem, sem entender que a cidade é enorme e que o risco nem sempre significa a quase morte, a coisa é até muito pior.


Não acho que só a mídia tenha que avaliar o peso que dá ao crime, afinal ele vende, mas as pessoas precisam ver que há muito mais pessoas de bem, como elas, em cidades grandes do que criminosos. O otimismo é a maior arma que temos contra o medo, com cautela, claro, mas excessos não vão nos livrar de nada do que venha a acontecer, só limitar nossas vidas ao nosso mundinho, e nos tornar cada vez mais distantes uns dos outros, já que temos medo de tudo e de todos.


por Taiane Cordeiro

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