segunda-feira, 17 de novembro de 2008

11 de setembro de 2001

11 de Setembro de 2001.


Caio M. Ribeiro Favaretto


Introdução


A expressão 11 de setembro designa uma série de eventos dramáticos que ocorreeram no nordeste dos Estados Unidos na terça-feira, 11 de setembro de 2001: Três aviões comerciais (Boeing 767 e 757) atingiram dois dos edificios mais simbólicos do planeta, as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova Iorque e o Pentágono, sede do departamento de defesa dos Estados Unidos, em Washigton. Um quarto avião caiu em meio a um descampado na região de Shanksville, na Pensilvânia. O relatório da Comissão Nacional sobre os ataques terroristas contra os Estados Unidos, publicado em agosto de 2004, atribui à responsabilidade dos ataques à organização terrorista Al-Qaeda, afirmando que os desenove sequestradores envolvidos nos atentados suicidas eram membros liderados pelo saudita Osama bin Laden, que reclamou a autoria do ataque em diversos vídeos. Os atentados foram vivenciados em tempo real por centenas de milhares de telespectadores através do globo, as imagens dos aviões atingindo a segunda torre do World Trade Center foi transmitido ao vivo, assim como o colapso das duas torres em Manhattan. O choque psicológico foi considerável no plano internacional, e o impacto nos contextos político e econômico foi posto como profundo e de longa duração. O governo americano inicia a partir daí uma reforma na legislação de segurança nacional, deflagrando uma guerra contra o ”Eixo do Mal”: Afganistão, Irã, Iraque, Coréia do Norte e quais outros Estados que abrigassem ou fornecessem suporte à organizações terroristas. As vitimas diretas do ataque chegam a 2973 mortos, 24 desaparecidos, alguns milhares de pessoas feridas e diversas outras, em sua maioria envolvidas no resgate, desenvolveram doenças posteriormente em razão da inalação de poeira toxica.

Os atentados destacam-se claramente na História não só como primeiro ataque em solo americano, mas principalmente pela ostensiva cobertura mediática inédita, superando a tomada dos reféns nos Jogos Olímpicos de Munique de 1972. Nova Iorque, possivelmente a capital mundial do século XX, é sede de agências de imprensa e de televisão e contou com a presença de câmeras e jornalistas no local do choque do primeiro avião, experimentarando uma mediatização consideral. Durante o segundo choque, a maioria das televisões do mundo já transmitia ao vivo.

Os atentados e suas consequências ocuparam as manchetes dos jornais por semanas a fio e chocaram a população americana, que pela primeira vez se vê como vítima direta do terrorismo internacional. Em 12 de setembro de 2001, dia que segue os atentados, o Conselho de Segurança das Nação Unidas formula a resolução 1368, proposta pela França, condenando os atos ”dentro dos termos mais fortes os terríveis qtentatos ocorridos em 11 de setembro de 2001, em Nova Iorque, Washingtont (DC) e na Pensilvânia e considera tais atos, como todo ato de terrorismo internacional, como uma ameaça à paz e a segurança internacionais; Exprime suas profundas simpatias e condolências para com as vitimas e suas familias, assim como o povo e o governo dos Estados Unidos da América”. A manchete do dia seguinte do jornal francês Le Monde ”nous sommes tous américains’‘ simboliza um espírito geral de simpatia e solidariedade por parte do mainstream midiático.

Aproximadamente um mês após os ataques, os Estados Unidos invadem o Afganistão com o intuito de derrubar o regime Taliban, que daria abrigo à Al-Qaeda. Começam a circular reações do mundo acadêmico sobre um possível golpe definitivo ( iniciado pelos chamados movimentos anti-globalização) na ordem pós-Muro de Berlim. Os ataques de 11 de setembro jogaram por terra a análise de Fukuyama, anunciante do fim da História e das grandes meta-narrativas, a chegada a uma era pós-ideologica e do consenso da social-democracia liberal trazida pela queda do Muro. Mais ainda, teria trazido a evidência trágica da vitória americana na corrida pela hegemonia mundial no século XX, que tornou o pais vitima de seu próprio sucesso e consequentemente da inveja dos que foram incapazes de alcança-lo. Ficou claro que uma série de conflitos de grande magnitude ainda estava por ser resolvida. Embora a Al Qaeda seja uma organização terrorista e não propriamente um Estado, o conflito iniciado a partir do incidente desencadeava uma série de questões: O atentado, primeiro ataque de grande porte em solo americano, representaria uma represália à política externa agressiva dos EUA dos últimos anos? Seria um resposta ao ”Imperialismo Ianque” vinda do Terceiro Mundo, agora atualizada a realidade pós-moderna, descentralizada, fantasmagórica, utilizando-se da mídia de massa globalizada? Ou assinalava a presença de um contraponto poderoso e inesperado à cultura hegemônica ocidental?

MARIANA FLORITO

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