segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

sábado, 20 de dezembro de 2008

DICA BOA DE BLOG rolando na NET

Ae galera.... um blog manero.... da KUAT!!! tem uma postagem lah maneira falando d um kara q foi contratado por uma gravadora... Ele usava o second life SEU AVATAR pra divulgar seu trabalho... sua voz.... mt interessante.... vlw companheiros de facul... midiáticos ou simplesmente analistas de mídias digitais/sociais ;D

Espero que gostem

https://secure.kuat.com.br/blojsom/blog/kuat/?utm_medium=Large_rectangle&utm_content=cifras&utm_source=Google%253BGadget&utm_campaign=Colectivo

COPIEM E COLEM ESSE LINK NO NAVEGADOR... (não é vírus gnt.. é pra acessarem o site msm)
bjs e queijos ^^

por Jonny

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008


Quando pensamos em Estados Unidos, muitas vezes pensamos numa sociedade estável, com uma democracia forte e consolidada em volta de um consenso social. As diferenças políticas que ocorrem são questões pontuais a respeito de certas diferenças de método, mas nada “preocupante” ou que gere alguma instabilidade. Muitos pensam assim não é à toa, os governos americanos ao longo da história fizeram um imenso esforço para produzir essa imagem de uma sociedade consensual. Para isso a grande mídia e A sociedade de massa tiveram um papel fundamental.

É nesse ponto que entra o que muitos chamam da Indústria do Medo. A Indústria do medo está diretamente associada à Industria Cultural, principalmente a grande mídia. Nela os jornais costumam passar constantemente cenas de violência, ameaças externas à pátria, misturando isso com notícia sobre esportes e o tempo, para que tudo isso seja absorvido de forma mais natural. Reforçando esse constante estado de alerta, o governo americano cria os alertas com cores diferentes, sendo o vermelho o mais acentuado. Esse alerta fica na maior parte do tempo no laranja (penúltimo mais acentuado) ou um abaixo disso, indo ao vermelho em algumas ocasiões especiais, como foi o caso da reeleição do Bush em 2004. Como teoricamente não existe perigo interno na sociedade consensual que eles criam, o perigo externo é bastante ressaltado, o que serve para justificar as ações imperialistas norte-americanas ao redor do mundo. Vale à pena lembrar que a guerra do Iraque tinha mais de 50% de aprovação da sociedade americana e que o congresso votou em peso por ela, incluindo parlamentares democratas que logo depois “viraram à casaca” por estratégia política. É claro que o que tava por trás dessa guerra era os interesses econômicos dos EUA na região, não só o petróleo, como também as diversas empresas americanas que se instalaram lá a preço de banana, empresas essas que muitos congressistas republicanos e democratas são associados.

Os reality shows policiais são também uma bela amostra de como funciona a Indústria do Medo. Neles você vê bandidos homens, negros, em cenas de perseguição e depois sendo submetidos ao poderoso braço da lei. Isso gera um medo, da classe média branca e suburbana americana, do gueto negro lugar de prostituição e tráfico. Isso também é reforçado pelos filmes e é claro, pelos noticiários.

Mas então, não existe o dissenso nessa sociedade? E claro que ele existe. No início do século, o governo americano investiu razoavelmente na destruição e cooptação de sindicatos questionadores e na prisão, deportação e assassinato de líderes anarquistas e comunistas. Diversas leis já foram criadas pensando em combater esses grupos e atualmente nós temos o chamado patriot act, que serve para prender e vigiar líderes que atuam contra a guerra do Iraque.

E com Obama, o que muda? Nada! A diferença entre o governo de Obama e Bush será apenas a cor da pele do presidente. Ta bem, não serei tão simplista. Eu acredito que tenham mais diferença sim, como por exemplo, em relação a doutrina Bush de guerra preventiva. Porém os Estados Unidos continuarão financiando o holocausto palestino através do estado terrorista de Israel, como o próprio Obama já afirmou. Avançará com medidas de redução de direitos trabalhistas, ainda mais tendo em vista a crise econômica mundial. Enfim, no geral, não ocorrerá muita coisa de novo. O mesmo ocorre em relação a Indústria Cultural e a pela utilização da Indústria do Medo. A Indústria do Medo serve para justificar os excessos do governo perante a população. As prisões, os espancamentos de negros, a tortura, a guerra, etc. Obama é um representante desse sistema.

Mas nós vimos que na Indústria Cultural existe espaço para questionamento. Sim, isso é verdade, mas como eu disse no meu post anterior, isso está ligado diretamente ao mercado. Só tem espaço aquilo que pode gerar lucro. E é por isso que vemos o sucesso dos Simpsons que representam uma visão liberal (liberal no sentido americano, em oposição ao conservador), numa das emissoras mais conservadoras da grande mídia, a Fox. Ou então os filmes do Michael Moore, que são uma bela demonstração do espetáculo como contestação, mas dentro dos limites daquilo que pode gerar lucro para a Indústria Cultural.


quinta-feira, 11 de dezembro de 2008


Estava eu, navegando pelas internetes da vida, quando me deparo com um certo blog questionando o fato acima. O tal blog dedica-se a sempre "meter o malho" na revista Veja e suas capas um tanto quanto polêmicas. Nesta, por exemplo, a revista estampa a figura do Dinho, vocalista dos Mamonas Assassinas, com a seguinte afirmação: A injustiça da morte no auge. A edição da revista foi na semana seguinte da morte do grupo.
O blog levanta a seguinte questão: Quando os Mamonas Assassinas morreram todos juntos em um acidente de avião, a revista publicou esta capa: "A injustiça da Morte no Auge". Se foi acidente, de que injustiça a Veja estava falando? Injustiça divina? Do destino? Que teria sido injusto, afinal?
E aí? Concordam com o comentário? Ou seria um certo exagero da parte do blog?
Por Flávia Machado



O Teatro Mágico - Comercial

"... Então:Qual é? a atitude que cê toma?

Qual é? porque a cerveja eu já sei!

Qual é? a atitude que cê toma?

Qual é? porque a cerveja eu já sei!

O meu skate não cabe num anúncio de refrigerante

O meu skate não cabe num anúncio de refrigerante

A paz que eu busco não cabe num refrigerante

A paz que eu busco não cabe num refrigerante

O meu anúncio não cabe na embalagem de refrigerante

O meu anúncio não cabe na embalagem de refrigerante ..."

"O QUE IMPORTA É COMO CADA UM DE NÓS FILTRA TUDO AQUILO QUE NOS ENTREGAM" (TEATRO MÁGICO - Fernando Anitelli)

POR: JUANA CUNHA & MARIANA CAINÉLLI
POR: JUANA CUNHA & MARIANA CAINÉLLI



Esta e as duas charges seguintes ilustram o conceito de espetáculo midiático promotor de uma consequente despolitização diante da passividade dos espectadores, e ao mesmo tempo servem de veículo de crítica espetacular ao espetáculo usando "a linguagem e a força do espetáculo contra ele mesmo" (FILHO, João Freire. Rio de Janeiro: ECO/UFRJ,2003)
Segundo Kellner, o conceito de espetáculo para Debord "descreve uma sociedade de mídia e de consumo, organizada em função da produção e consumo de imagens, mercadorias e eventos culturais."(KELLNER, Douglas . A cultura da mídia e o triunfo do espetáculo. Líbero, ano VI, Vol. 6, n.11, 2001)

"Trata-se de um agente de manipulação social e conformismo político, uma permanente 'Guerra do Ópio' que visa a entorpecer os atores sociais, turvando-lhes a consciência acerca da natureza e dos efeitos do poder e da privação capitalista."(FILHO, João Freire. Rio de Janeiro: ECO/UFRJ,2003)


" O mundo da pós-realidade, onde todos nós nos tornamos atores e platéias do grandioso e ininterrupto espetáculo do 'filme-vida'."(FILHO, João Freire. Rio de Janeiro: ECO/UFRJ, 2003)

Notícias Fantásticas!

Pássaro morre sufocado dentro de cueca de ladrão no interior de SP

Sufocado. Foi assim que morreu, no último domingo (30/11), um passarinho que tinha sido furtado de uma casa em Itapira, cidade a 164 km de São Paulo. Escondido dentro da cueca do ladrão, o produto do crime não resistiu à falta de ar puro e ao excesso de calor do “cativeiro”. Segundo o dono da ave, o aposentado Nilton Rocha, de 62 anos, o furto aconteceu por volta das 14h15 daquele dia.
No horário, a neta do aposentado entrou correndo na sala, interrompendo o almoço da família. “Levaram o Pixarro”, dizia a menina, que viu o momento em que um rapaz de 20 anos entrou no quintal da casa, pegou a gaiola com o pássaro e fugiu.
“Meu filho e eu fomos atrás e vimos o rapaz subindo no telhado”, disse Rocha. Em seguida, ligou para a polícia. Policiais militares encontraram o criminoso perto da casa do aposentado. Suas mãos, porém, estavam vazias.
Levado ao 2º Distrito Policial da cidade, o rapaz não comentou o furto. Na delegacia, o aposentado foi questionado a respeito do produto do crime. “Perguntaram se eu sabia onde a gaiola estava, pois precisavam de provas”, contou.
Rocha, então, iniciou a busca até encontrar, sobre o telhado de uma das casas vizinhas, a gaiola. A jaula, porém, estava vazia.
De volta ao distrito policial, o aposentado foi surpreendido com a seguinte notícia: “O rapaz escondeu a prova do crime dentro da cueca”. O pássaro, um pixarro ou “trinca-ferro”, como popularmente é conhecido estava morto.
“Ele era a alegria de minha neta. Ela adorava dar larvas no bico dele”, contou Rocha, com um certo pesar. Para não impressionar a garota, enterrou a ave longe de sua casa. Quando soube da morte do mascote, a neta chorou bastante. Para fazê-la se sentir melhor, comprou um periquito. “Agora ela está feliz”, disse o avô.
Sentimento que o criminoso não deve estar sentindo. Segundo a Polícia Civil, o rapaz foi preso e deverá responder por furto.


(fonte: Portal G1- globo.com de 04/12/08)

É... realmente tudo pode virar notícia! O passarinho também teve seu momento de glória na mídia...meu primeiro pensamento ao ler essa notícia foi: tadinho do tal do pixarro e que safado esse ladrão!!! Imagino que muita gente também pensou assim... E o melhor, é que a notícia está bem descritiva, dá para imaginar perfeitamente como os fatos aconteceram... Tudo bem... numa mídia onde só se fala os mesmos assuntos: caso Eloá, Obama, Santa Catarina e morte do marido da Susana Viera, é até interessante desestressar a mente com o caso de um pássaro que morreu sufocado na cueca de um ladrão...
Por Elis Santos

Circo da Mídia


Eu sei que esse não é um blog de fofocas, mas a notícia da morte do ex-marido canalha de Susana Vieira já está tomando lugar de destaque em todos os tipos de mídia. Liguei a televisão e levei um susto ao assistir o programa Bom Dia Mulher na Rede TV que relatava tal acontecimento. Tudo bem que uma morte sem causas aparentes e de forma tão misteriosa teria sim um lugar na mídia, mas voltemos no tempo: logo após ter se casado com Susana, Marcelo brigou em um motel com uma garota de programa que o acompanhava. O caso foi parar na polícia e nas mídias em geral. O incidente fez com que Marcelo fosse expulso da Polícia Militar onde trabalhava. Susana o perdoou. Há pouco tempo ela recebeu um telefonema de uma mulher chamada Fernanda Cunha. Esta dizia ser amante do ex-policial. Susana acreditou na versão da mulher, mesmo seu marido tendo desmentido tudo, causando a separação do casal. Semanas depois do rompimento, Fernanda e Marcelo assumem o namoro publicamente.
No programa A tarde é Sua de Sônia Abrão esse namoro teve tanto destaque que me fez questionar: pra quê isso tudo? Fazendo minha pesquisa na internet descobri que a morte dele também teve destaque na Folha on line, no O Dia on line, na Globo on line. Mas o mais intrigante foi descobrir que no site A Tarde on line essa notícia se encontra na parte de cultura. Mas... que cultura é essa? Saber de rompimentos e inícios de namoro passou a ser cultura agora? Tudo bem que isso tudo faz parte da lógica do espetáculo, mas pra mim isso parece mais um grande circo.


(por Letícia Costa)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O Que Torna Alguém Influente?

Há uns dias atrás fiz uma matéria sobre a lista sobre a lista das 100 Mulheres Mais Importantes no Entreterimento da Hollywood Reporter no meu blog. Era uma nota curtinha, onde eu questionava a presença de Miley Cirus no número 100 da lista. A Women in Entertainment traz, com muitas poucas exceções, uma lista de CEOs, COOs e Presidentes de estúdio de cinema e canais de televisão. Entre as atrizes, a única citada além de Cirus foi a roteirista e comediante Tina Fey. Nos comentários, feitos por dois Paulos, o Antunes e o Fiaes, um defendia Miley e dizia que ela merecia estar na lista porquê sua marca atualmente está valendo até mais que a do Mickey Mouse, e o outro concordava com os meus questionamentos e não via motivo para ela ocupar esse lugar, pois acha que ser influente é ser alguém que façam as pessoas pensarem, e não apenas seguirem, cegamente.

O quê me deixa em dúvida é se capacidade de produzir renda e popularidade deveriam ser considerados poder e influência. Eu acho que são coisas distintas. É claro que a mídia tem poder e com a exposição devida, o poder de fala de qualquer um fica muito maior. Mas se estamos falando de uma adolescente ou até mesmo de um adulto, que tem uma equipe de acessores e um estúdio como a Disney por trás dizendo o quê é permitido e o quê não é, o poder de fala é de quem? É até difícil saber quem está falando. Algumas celebridades são tão produzidas, que praticamente tem uma persona inteiramente diferente exposta. E aí as linhas ficam borradas, e é complicado saber quem está realmente nos influenciando.

Por Thais Carreira.

Tarnation

Bem, como poucos foram à ultima aula, vou postar o trailler de um dos documentários mostrados.

"As primeiras imagens de “Tarnation” (EUA, 2003) deixam claro que este não é um filme comum. Em uma espécie de prólogo, somos apresentados a Renee e Jonathan, mãe e filho de uma família disfuncional do Texas, um dos estados mais conservadores dos EUA. Ele se apresenta como aspirante a cineasta, gay e cosmopolita, que vive em Nova York. Ela, ex-modelo infantil que teve a mente devastada por sucessivos tratamentos de choque, acaba de sofrer uma overdose de lítio (medicamento usado para combater a depressão). As imagens de Jonathan chorando, arrasado, ao receber a notícia, são de partir o coração. Mas foi a partir deste acontecimento terrível que a idéia de “Tarnation” nasceu. Naquele momento, Jonathan decidiu fazer um filme sobre a relação mãe-filho."

(Rodrigo Carreiro)



O resto da crítica pode ser lido aqui.

Por Tsai Yi Jing

40 anos da invenção do mouse

Seu criador Douglas Engelbart acreditava na co-evolução da tecnologia e as capacidades humanas. Um exemplo de sua co-evolução era a noção do sistema de comunicação mediado pelo computador que possibitasse melhor flexibilidade e interconectividade, que criariam então escritórios onde houvesse um ambiente de suporte e assim mais trabalhos colaborativos.



Abaixo a matéria retirada do Globo Online http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2008/12/09/ha_40_anos_nascia_mouse_-586915870.asp
Há 40 anos, no revolucionário ano de 1968, o cientista de computação Douglas Engelbart fez uma demonstração que é considerada hoje como o primeiro passo da computação pessoal. Naquele nove de dezembro ele apresentou ao mundo o "mouse", uma inovadora forma de interação com os computadores, até então enormes máquinas fechadas.
O vídeo com a demonstração dos novos conceitos pode ser visto neste link (em inglês). Além disso, Engelbart também apresentou naquele dia conceitos como "edição what you see is what you get", textos e gráficos numa mesma tela, videoconferência em tela dividida, navegação em janelas e hyperlinks.
O primeiro mouse não se parecia com os que conhecemos hoje; era feito de madeira e tinha apenas um botão. Ele foi idealizado por Engelbart, construído por William English e apresentado em São Francisco durante uma conferência de informática.
Seu nome oficial era "X-Y Position Indicator for a Display System" (Indicador de Posição X-Y para um Dispositivo com Tela), mas o cabo que o conectava ao computador e seu tamanho acabaram dando a ele o apelido de "mouse" (rato).
Em 1968, apesar das funções em essência serem as mesmas, elas estavam a serviço de um projeto maior: "Um centro de pesquisa para aumentar o intelecto humano". Engelbart e English foram pioneiros em utilizar a palavra "interação" tal como ela é entendida hoje, e o primeiro deles, não por coincidência, era um dos cabeças de outro projeto revolucionário: a ARPA, considerada a antecedente da internet.
"No Instituto de Pesquisa de Stanford estamos desenvolvendo um laboratório experimental sobre um computador interativo (...) para demostrar como estes aparatos podem ajudar a aumentar a capacidade intelectual", explicavam há quarenta anos, segundo a página do Instituto Bootstrap, fundado por Engelbart em 1989.
Toda invenção, no entanto, precisa ser descoberta e, como vem sendo habitual nos últimos anos, foi a Apple que, em 1979, utilizou o mouse como catalizador da democratização da informática. Por apenas US$ 40 mil eles conseguiram a patente do invento, que o Instituto de Pesquisa de Stanford teve por mais de 10 anos sem conseguir nenhum rendimento.
"A Apple sempre buscou em seus designs algo emocional, contando que os aparelhos eletrônicos passam muito tempo com seus usuários e por isso eles devem ser cômodos e agradáveis", disse a Apple à EFE.
E assim a empresa lançou, em 1981, o primeiro computador pessoal com mouse, criado no Centro de Pesquisa de Palo Alto (PARC, na sigla em inglês): o Xerox Star 8010.
Atualmente, por permitir o contato com uma ferramenta tão cotidiana, o mouse já se tornou o novo melhor amigo do homem, mesmo que hoje muitos deles já não tenham mais o rabo, graças à tecnologia sem-fio, e alguns sejam apenas uma tela sensível ao toque. Engelbart, no entanto, ainda tem uma questão formal em relação ao produto.
- A Logitech recentemente disse que vendeu o mouse de número 1 bilhão. Não é incrível? A primeira coisa que pensei foi que se poderia ocorrer a alguém um nome mais apropriado e digno para ele a essa altura.

Por Letícia Gelabert

Ética X Ibope

Os posts de alguns colegas sobre o comportamento da mídia no caso Eloá me levou a uma reflexão sobre como a busca pelo aumento na audiência funciona como no amor e na guerra: vale tudo.

Alguns anos atrás (2003), tivemos o caso do apresentador Gugu Liberato, que contratou atores para se fingirem de bandidos e fazerem ameaças a apresentadores do SBT e ao então vice-prefeito de São Paulo, Hélio Bicudo. Essas pessoas, suas famílias e toda a população (menos a equipe envolvida na armação) ficaram muito impressionadas e amedrontadas, e para que? Para ajudar a emissora a enriquecer mais.

Ou seja, na guerra pela audiência, realmente parece que vale tudo. Aos domingos, então, a coisa esquenta. Fora os jogos de futebol, o que temos são programas que competem com qualquer tipo de atração para atrair o interesse do telespectador. A "brilhante" idéia do apresentador do SBT foi apenas mais uma. Ninguém pode afirmar que outros apresentadores não fariam o mesmo, apenas não tiveram a idéia antes.

Enquanto esses programas tiverem audiência, eles ficarão no ar. O telespectador que não tem acesso à TV paga e que reclama dessas atrações deveria sair para dar uma volta, praticar um esporte, conversar com amigos. Porque, enquanto ele continuar alimentando a fera que o ameaça, ela sempre viverá.

(Ludmila Tortelly)

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Interferência da mídia em casos policiais

A mídia sempre noticiou vários casos policiais, mas, ultimamente, além de noticiar, a mídia vem interferindo nesses casos. Um grande exemplo dessa interferência é o Caso Eloá.
No Caso Eloá, o Lindemberg assistia tudo que falavam sobre ele na televisão, durante o “seqüestro”. O que poderia estar passando na cabeça de um jovem de 22 anos problemático? “Estou na mídia, vou ser famoso?”, “Todos só falam de mim, então tenho total domínio da situação?” Isso não tem como sabermos, mas é importante questionarmos até que ponto a mídia atrapalha as operações policiais.
Não estou dizendo que é de todo ruim, até porque, eu não entendo muito dessas questões policiais. Mas se a mídia não estivesse acompanhando o caso o tempo todo, o GATE poderia ter trabalhado com mais “liberdade” e, poderia até ter acionado o atirador de elite, já que o comandante afirmou em rede nacional que não acionou o tal atirador, porque seria recriminado pela mídia, pelo fato de matar um jovem de 22 anos.
Sem esquecer o fato que o Lindemberg estava negociando com a mídia e, isso ficou claro quando ele aceitou falar com a Sônia Abrão do “A tarde é sua” da Redetv, que teve uma postura completamente antiética nesse caso. Além dela, o Brito Jr do “Hoje em dia” da Rede Record também tentou falar com o rapaz, mas não conseguiu. Essa atitude é completamente antiética, a partir do momento que eles não entendem sobre o assunto e, não tinham nem idéia do que passava na cabeça daquele garoto. Então vamos pensar direito, não vale a pena aumentar o ibope pondo em risco a vida de uma pessoa, seja ela quem for, principalmente, uma menina de 15 anos.
Eles tinham que parar de pensar que aquilo era brincadeira. Apesar de parecer, aquele fato não era um show midiático que precisava de ibope. Uma vida, ou melhor, três vidas “estavam em jogo” (a da Eloá, a da Nayara e a do Lindemberg também).
O comandante do GATE foi muito criticado por não ter acionado o atirador de elite, mas será que essa era a melhor opção mesmo? Concordo que entre a vida da vítima e a vida do futuro assassino é muito mais importante salvar a vida da vítima. Mas, o papel da polícia não é, ou pelo menos, não deveria ser matar ninguém e, sempre há uma terceira opção, na qual não haja mortes.
Outro fato é que o Lindemberg estava assistindo tudo pela televisão e, mesmo assim, as emissoras contavam tudo o que os policiais faziam em Rede Nacional, inclusive o fato que tinham policiais no apartamento ao lado. Ou seja, a mídia dava todas as informações para que o Lindemberg se preparasse, logo, prejudicaram e muito a atuação policial. Diante disso, deixo uma reflexão a ser feita: Manter o público informado é mais importante do que salvar uma vida?

Por Laís Rodrigues

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Espetáculo midiático a serviço da vida

Há semanas estamos acompanhando o drama das milhares de pessoas desabrigadas por causa das chuvas em Santa Catarina. Cerca de 130 mortes foram contabilizadas e parece que este número ainda irá subir.
Com isso, o que vimos foi uma corrida das emissoras de TV a caminho deste estado, agora devastado pela força das águas, em busca da melhor imagem, da melhor história. Já estamos acostumados a ver tragédias como estas serem exploradas pela TV, que faz de tudo isso um grande espetáculo melodramático. E desta vez não foi diferente.
Mas o saldo positivo da superexposição do sofrimento desta gente, foi a solidariedade do povo brasileiro. Creio que todo este espetáculo criado pela cultura de massa tenha de certa forma contribuído para a criação de várias ações conjuntas para reconstruir o estado de Santa Catarina, além de auxiliar temporariamente os desabrigados. Há muito não se via tanto esforço da população em ajudar o próximo.
E com este exemplo da força da TV sobre o povo, espero que cada vez mais possamos assistir aos espetáculos midiáticos sendo utilizados a serviço da vida.
(Marcella do Amaral Román)

Geração Funk?




Essa semana eu fui almoçar na casa de uma amiga, e foi levantada a questão da geração atual. Não pude ser imparcial na discussão, porque aliás quando falam mal do Brasil, da minha geração e da Madonna eu perco um pouco a cabeça. Não quero dizer com isso que eu não observo atitudes e modismos dos adolescentes que, sinceramente, dão um pouco de vergonha. Mas falar que a única coisa que fizemos de "bom" foi o funk? Não. Simplesmente não. Nada contra o funk, porque não quero julgar aqui estilos musicais, ainda mais de uma população de jovens de uma classe que fala o que fala por culpa da sociedade e do governo. Mas não posso deixar de me revoltar. Me indigno mais ainda quando os próprios jovens são pessimistas em relação a eles mesmos. Por que? Sinceramente tenho orgulho da minha época, e tenho orgulho dos meus amigos e conhecidos que não se enquadram nesse esteriótipo de funkeiros e popozudas. Nós somos a geração da informação, da Revolução Tecnológica, do dinamismo. Por que não ter orgulho disso? Precisamos ter estado em manifestações contra a ditadura para dizer que a nossa geração teve pelo o que lutar? Temos pelo o que lutar. Temos que lutar contra a poluição, contra o aquecimento global, por melhorias nas instituições púplicas. Há jovens pacatos e sem opinião e atitude? Despreoculpados com o futuro, e principalmente com o presente? Sim, há. Como existem adultos que não se importam e nem se importaram com o que estariam deixando de bom para a geração seguinte. Geração funk? Na minha opinião não. Geração do progresso.

Carolina Braga

Não é assim uma Brastemp.... (Aparência e propaganda )


Desde o início da civilização seres humanos tentam influenciar outros seres humanos a adotarem determinado tipo de comportamento ou idéia. Discutindo o atual contexto histórico (capitalismo), essa influência se dá principalmente por meio dos conceitos disseminados pelos meios de comunicação de massa.
De todas as técnicas usadas pela mídia para exercer influência, a mais direta e flagrante é a propaganda. Nela não há sutileza: quem assiste sabe que está tentando ser convencido de algo, mesmo que para isso tenha que acreditar em algumas coisas que são claramente meias verdades.
A Brastemp é um bom exemplo para entendermos como a propaganda manipula o real, criando conceitos e transformando o modo das pessoas perceberem uma marca.
Tudo começa em 1945, quando um boliviano chamado Miguel Etchenique Flores funda a empresa Brasmotor. As primeiras atividades da companhia foram a montagem de diversos tipos de bens duráveis, utilizando peças importadas. Logo no início eles conseguiram um contrato para montar carros da Chrysler e um tempo depois automóveis da Volkswagen.
Os negócios seguiram muito bem até os funcionários da Chrysler entrarem em greve nos EUA e a Volks abrir uma fábrica no Brasil. Sem suas duas bases principais, a Brasmotor teve que procurar outras oportunidades. Escolheram então investir em eletrodomésticos, especificamente naqueles de refrigeração, um mercado que crescia no Brasil. Surgia assim em 1954 a marca Brastemp, um acrônimo composto pelas quatro primeiras letras das palavras Brasil e temperatura.
A empresa trouxe diversas inovações para o mercado brasileiro de eletrodomésticos, no entanto ainda precisava reforçar sua marca na mente do consumidor. Isso começou a ser feito em 1992 com a contratação da Agência Talent de publicidade.
A estratégia da campanha criada pela Talent foi inovadora. Em vez de dizer ao consumidor “compre o produto por causa de suas qualidades técnicas”, como era feito até então, a propaganda da Brastemp dizia simplesmente: “compre porque essa marca é a melhor de todas”, assim mesmo, na lata, sem dar qualquer justificativa para isso.
Para reforçar ainda mais esse conceito de “preferência sem justificativa”, a Talent fazia propagandas com dois caras sentados numa poltrona dizendo basicamente “eu comprei uma geladeira, mas ela não é assim uma Brastemp”.
A tática da Talent funcionou muito bem. O slogan da Brastemp tornou-se absurdamente popular, chegando a incríveis 92% de reconhecimento junto ao consumidor. As vendas dispararam e a marca tornou-se sinônimo de qualidade, mesmo sem a propaganda dar qualquer justificativa técnica para isso.
A campanha durou 11 anos e, aposto meu dinheiro, você com certeza já usou ou já ouviu alguém usando o bordão “não é assim uma Brastemp” para se referir à qualidade de alguma coisa.
Curiosidades de Sobremesa:
1 - Quer ver como você acredita nas mentiras da publicidade? Compre um pacote de biscoito ou qualquer outro alimento embalado. Muito provavelmente a aparência do produto na foto da embalagem será bem diferente da sua aparência real. Se você não acredita, visite o blog Coma com os Olhos - http://comacomosolhos.blogspot.com/ e veja as comparações que o autor faz.
2 – Essa noção da embalagem mentir sobre o produto é tão conhecida que até a usamos como metáfora para não julgar uma pessoa à primeira impressão, ou seja, não julgar alguém pela embalagem.
3 - Até o presidente Lula já usou o slogan da Brastemp durante um discurso oficial. Ao ser questionado sobre os prováveis resultados da economia em 2005, o presidente respondeu: estou extremamente otimista com a economia. Mas quero fazer um alerta aos pessimistas, o resultado deste ano não será uma Brastemp, mas será um bom resultado.
4 – As inovações da Brastemp foram muitas: a primeira lavadora de roupas, primeira geladeira com duas portas, primeira lava-louças, primeira geladeira Frost Free, primeiro freezer vertical e primeiro fogão autolimpante.
5 – A Brastemp pertence hoje à Multibrás S.A., companhia criada a partir da união das marcas Consul, Semer e da própria Brastemp.
6 - A Agência Talent também é responsável por transformar a sandália Melissa, da Grendene, num produto de sucesso. Além do slogan da Brastemp, a Talent também criou os muito conhecidos bordões “Bonita camisa, Fernandinho” (USTop), “Os nossos japoneses são mais criativos que os japoneses dos outros” (Semp Toshiba) e “Apaixonados por carro como todo brasileiro” (Postos Ipiranga).
7 – A primeira propaganda de nova campanha da Brastemp, em 1992, foi estrelada pela dupla de atores Wandi Doratiotto e Arthur Khol. O comercial foi dirigido por Fernando Meirelles, o famoso diretor de “Cidade de Deus”.

por Letícia Gelabert

sábado, 6 de dezembro de 2008

Obama #2

Dá para perceber o quão fascinada me deixaram as eleições norte-americanas, não é? Segue o vídeo no melhor estilo da brincadeira conhecida na internet como “Rickroll”, a qual é usada para enganar leitores com links falsos que os levam a uma montagem da música “Never Gonna Give You Up”, do cantor Rick Astley, que fez sucesso nos anos 80.




Postado por Christina Vidoto

Nokia x iPhone

O lançamento do celular N97, da Nokia, se espalhou em blogs e sites de notícias. O aparelho, que tem tela sensível ao toque e teclado completo, competirá com o iPhone, da Apple, e com o G1, que usa o sistema operacional Android, desenvolvido pelo Google. A novidade tem câmera de 5 megapixels, GPS e wi-fi. Os vídeos de demonstração foram vistos 750 mil vezes.



Postado por Christina Vidoto

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Swing Hum E Meio

Swing Hum E Meio
(André Gonzales - Móveis Coloniais de Acaju)

Embora da pra não perceber
Alguém deve estar rindo de você
Motivo, talvez, nem exista
Então por favor não insista

Use a imagem como documento
Não esqueça de esquecer seu talento
Aborte todo-e-qualquer lirismo
Pra não cair em ostracismo

Seja maduro apague a ilusão
De quem tem caráter tem tudo na mão
E se é pra sair bem na fotografia
Venda sua mãe mas não perca a simpatia

Não é difícil de comparar
O meu cérebro com a castanha do Pará
Não é difícil de comparar
Nosso cérebro com a castanha do Pará

A bem da verdade é bem mais fácil aceitar
O mundo assim do que só contestar
A vida é um processo de atuação
Se você quer ser alguém e se destacar na multidão

Abaixe a cabeça pra obter atenção
Encolha o rabo e terá admiração
Se quiser ser ouvido é bom ficar calado
E que tudo fique no mesmo estado

Hipocrisia não é mais cinismo
Eu chamo de multilateralismo
Afagam para cá uma disparada para lá
E assim o país inteiro vai te amar

Não é difícil de comparar
O meu cérebro com a castanha do Pará
Não é difícil de comparar
Nosso cérebro com a castanha do Pará

(por Letícia Costa)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Ligadores como cineastas

O celular, hoje em dia, está cada mais megazord, com inúmeras funcionalidades e provavelmente irá substituir outros meios de comunicação (se já não os substituiram). Em um post anterior, a Letícia comentou que notebook é coisa do passado, que celular, agora, faz tudo. E não tem como discordar, se pegarmos o exemplo do Nokie N95 e visualizarmos como serão os novos aparelhos que estarão no mercado em breve.

Bem, to escrevendo isto porque no site do Current.tv tem uma série de videos de shows, chamada "All Eyes". O Current.tv é um canal de televisão independente, dirigido por Al Gore e Joel Hyatt, que pode ser visto tanto pela internet, quanto pela tv. Estava vasculhando por lá e achei beem interessante.
No "All Eyes", os fãs filmam o show com seus celulares ou câmeras digitais, e essas filmagens farão parte de uma espécie de video clipe da banda.

A primeira banda que teve seu video, feito por fãs, disponibilizado nessa série, foi o The Shins. A música escolhida foi Phantom Limb, de 2006. Eu já tinha visto esse video há um tempo, e foi escrevendo a resenha sobre o N Jornadas que relembrei dele. Então fui procurá-lo feito uma louca pela web, e aparentemente o video saiu do ar.
Aí descobri que o My Morning Jacket também participou do All Eyes. Na verdade, só foram essas duas bandas que já participaram da série. E felizmente, o video não saiu do ar ainda.




O clipe da música O Retorno de Saturno, do Detonautas Roque Clube, também é feito nessa lógica de celular.

Acho bem interessante essa forma de video. Com todas essas novas tecnologias, você não precisa ser um cineasta para gravar um filme, e além do mais, todo celular agora grava videos (menos o meu, uhul! snif); basta ter paciência com edição. :)

por Tsai Yi Jing

Criatividade sem limites!!!!

E a Nokia continua inovando... que o aparelho N95 8GB é o mais “tecnológico” do mercado todo mundo já sabe... e que ele custa mais de R$ 1000 também já é de se imaginar... muita gente faria de TUDO para tê-lo e foi por isso que o departamento de marketing da Nokia criou a mais nova promoção que parte da seguinte idéia:

Seu Nokia é realmente sem limites? Então chegou a hora de mostrar! Dê uma função inusitada para seu Nokia e concorra a um N95 8GB.

Passando pelo blog da Nokia (http://www.semlimites.blog.br/concurso-meu-nokia-sem-limites) a gente vê realmente de tudo! A criatividade é tanta que as pessoas querem que seus celulares virem um estojo de maquiagem, máquina de costurar, ventilador, depilador e outras coisas mais...
Não duvido nada, que num futuro bem próximo, algumas funções nunca antes imaginas por nossos avós farão parte de nossos celulares... Por enquanto, eu prefiro continuar com as funções básicas, realizar/receber chamadas, enviar mensagens e tirar fotos(bom, essa já é básica...) porque em caso de assalto (impossível não pensar nisso), somente o celular será levado e não meu depilador, meu espelho, meu batom, meu pente, etc
Depois do N Jornadas essa promoção também é interessante, nos mostra o quanto o ser humano é criativo e que ele precisa só de um empurrãozinho (que custe R$ 1000) para mostrar toda sua capacidade de raciocínio, esse sim, que é o sem LIMITES! Veja esse vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=hcZo1IWao7k

Por Elis Santos

Relativa democracia de industria cultural.

Durante nossas aulas de mídia e cultura de massa vimos a posição do Adorno a respeito da cultura de massa. Para esse autor consogrado, nada de bom existe na cultura de massa que veio degenerar a verdadeira cultura que através da reprodutibilidade técnica retirou a aura da obra de arte, isto é, o seu verdadeiro valor.
Vimos através da analise de outros autores que isso é bastante relativo, pois na industria cultural, promotora da cultura de massa, existe espaço para todos, incluível para aqueles que querem fazer a crítica a todo esse sistema. A industria cultural teria democratizado o acesso à cultura. Isso podemos observar, por exemplo, através dos blogs, e sites que fazem a denúncia desse sistema. A minha última postagem foi nesse sentido. Vimos nela a utilização dos métodos das industria cultural por uma ONG dos direitos humanos e pelo governo socialista de Cuba para fazer a denúncia do atual sistema.

Porém, nessa postagem gostaria de relativizar essa maior democracia que a industria cultural e a cultura de massa trouxeram para nossa sociedade. Existe o mito de que nas sociedade "livres" e "democráticas" ocidentais, todos podem se pronunciar livremente, a favor ou contra o sistema. Além disso foi criado, propositalmente, um consenso a respeito da vitória do capitalismo e que nada podemos fazer contra isso. É bom lembrar que esse pseudo consenso foi criado por uma das maiores representantes e defensoras do statos quo: a grande mídia. A grande mídia tem em toda a sua programação o objetivo de se manter o status quo. Desde o noticiário que apresenta a notícia de forma manipulada e maniqueísta, até no mais bobo dos programas de auditório.

Entrando no tema da grande mídia, alguns poderão argumentar que não é bem assim. Que nem tudo que existe lá tem o objetivo de manipular e alienar. Até pode ser, mas eu garanto que tudo que passa nela tem o objetivo de criar o consenso na sociedade que preserve o status quo. E para isso não precisa de uma "novela panfleto" como foi DUAS CARAS, que fazia uma ampla campanha contra o movimento estudantil que nesse mesmo ano havia realizado diversas ocupações de reitorias contra o projeto de reforma do governo. Qualquer novela, seja ela o mais "inocente" possível, tem elementos que preservam esse consenso no atual sistema. É o padrão de beleza do mocinho e da mocinha. É o carrão dos personagens. São as classes mais desfavorecidas que aparecem sempre como trabalhadoras e festeiras criando uma imagem do pobre é bonzinho e submisso.

Até mesmo se pensarmos em programas que são teoricamente diferentes como por exemplo "Hoje é dia de Maria", eles tem o espaço que merecem na grande mídia. Isto é, o espaço que o retorno lucrativo pode dar para empresa que o está transmitindo. Não é por acaso que passava tarde da noite. Tudo na sociedade capitalista é movimentada pelo lucro que tal "produto" pode dar ou não. Assim toda empresa agora é ambientalmente responsável. Isto não ocorre porque os grandes empresários do mundo tomaram consciência de que é preciso salvar o planeta, isso ocorre porque o marqueteiro da empresa analisou que é lucrativo a empresa fala sobre responsabilidade ambiental. Não é preciso ser necessariamente ambientalmente responsável, basta parecer que é, como é o caso da Aracruz Celulose.

Isso também fica claro no maio símbolo da democracia liberal do ocidente: as eleições. A pseudo democracia burguesa é feita para parecer que todos tem sua representatividade, basta ir no dia das eleições votar em seu candidato que assim vivemo numa democracia plena. Mas o que nenhuma grande mídia analisa é o fato de que para você ser eleito você precisa entrar no "jogo eleitoral", isto é, você precisa fazer as alianças que poderão levar para o poder e não necessariamente aquelas da sua ideologia original. Sem contar, é claro, dos custos de uma eleição. para um candidato ser eleito ele precisa fazer uma campanha multi-milionária, que só é possível em associação com mega empresários. Assim, só vence as eleições quem se submeter à esse jogo eleitoral. Quem tiver empresários financiando sua campanha e quem fizer as alianças políticas mais vantajosas. Quem não se submete a isto, seja por ideologia, ou por qualquer outra coisa não vence. Assim, teoricamente, qualquer um pode disputar as eleições, mesmo que seja o mais socialista, mas é claro que ele não vai vencer, anão ser que aceito jogar as regras do jogo, isto é, recuar em seu programa e se associar com os donos do poder. Vimos isso claramente com Lula e o PT que só chegaram no poder quando colocaram um empresário como vice-presidente e tiveram o financiamento de diversos mega-empresários. Assim o sistema se matem, pois qualquer um pode se candidatar, mas só vence aquele que se adequar à ele.

Isso é apenas um exemplo de como a industria cultural age. As campanhas eleitorais fazem, e muito, parte dessa imensa industria cultural. Nela, teoricamente, qualquer um pode ter seu espaço, fazer sua denúncia, mas de forma que nunca este irá incomodar verdadeiramente o status quo. Pois só tem espaço aquele que der retorno para a empresa. LUCRO.

Posição relativa

Li o posta da Laís aí embaixo sobre as "empurragens" sobre a novela e concordei inteiramente com ela. Se eu quisesse assisitr à novela, simplesmente sintonizaria no canal e assistiria. Porém, muito mexeu comigo o post, pois mesmo concordando, alguma coisinha lá no meu interior me diz que eu não concoro inteiramente. Eu tenho uma posição teoricamente relativa a isso. Pensando utilizando os textos estudados em aula, eu concordo. Como espctador... bom... eu só estou sintonizado todos esses dias com afinco em a Favorita porque eu li na revista que a Donatella e o Halley iam se encontrar. E ainda tenho outra opinião. Eu como futuro midiático e futuro autor de novela (tá, revelei meu sonho, hahaha!!!) preciso pensar com a cabeça de mercado, não é mesmo? Eu vou PRECISAR utilizar-me de outros meios midiáticos básicos para divulgar as minhas obras, certo? Como dito em meu trabalho na matéria do Afonso: os meios se apropriam dos meios anteriores e se renovam, ou seja, a revista, a televisão, a internet, entre outros, um sempre remete ao outro e pensando mercadologicamente, se não fosse a novela promover assuntos para a revista e a revista promover a novela, elas não coexistiram.
Por isso acho que precisamos ter uma visão mais relativa das coisas. A banda toca do lado que você está, certo? Não to dizendo que você precisa ir contra os seus ideais para entrar no mercado, mas não precisamos ser tão categóricos.
E concordo com a Laís que o nível ta MUITO ruim... pra poder conseguir o sue lugar ao sol devido a tudo isso que ta fazendo a novela perder a audiência, a novela precisa melhorar e se destacar. Olha eu aqui pra isso!! \o/

huauhahuauhahuahua

esse post da Laís foi o que mais mexeu comigo nesse blog. Porque eu não sei se eu concordo ou discordo... só sei que mexeu e MUITO, hehehe

e sobre a globo só passar coisas ruins... esse novo seriado "Capitu", seguindo a linha "Hoje é dia de Maria" talvez seja bom... vamos acompanhar pra ver... e o "Toma lá da cá" também é o melhorzinho que vem passando na globo... ADORO... (que saudades d'"Os Normais"... esse seriado foi ÚNICO)

;***

Raphael Cancellier

É hoje, pessoal!


Por Marília Dias

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Alguém está isento da moda?


Ainda lendo o Prataporter e outros blogs relacionados, eu fiquei pensativa. A moda é quase como uma Esfinge, sempre provocando: decifra-me ou te devoro. Há aqueles que a compreendem e há aqueles que não conseguem evitar vê-la como uma grande lixeira ideológica tragando os mais frágeis para dentro; há aqueles que consomem e aqueles que são consumidos; e há aqueles que se consideram completamente imunes a ela. Mas tem como ser isento da moda?



Por Thaís Carreira.

O Direito de Querer Menos, por Hermano Vianna

Estava lendo as atualizações dos RSS no meu Google Reader (a única maneira que uma pessoa que lê trinta blogs diferentes como eu consegue se manter minimamente organizada) e achei esse texto no Prataporter, o blog da Maria Prata. Escrito pelo antropólogo Hermano Vianna, chegou até ela via Nana Caetano, que recebeu da pesquisadora de moda Rosana Preciosa (sim, uma verdadeira viagem). Ele foi escrito em 2003, mas além de ser atual, faz sentido com a temática do blog.

“Nos últimos anos, não é mais possível andar pelas ruas de Londres sem se deparar, em todos os lugares, com uma loja de sanduíches da cadeia Prêt-A-Manger, recinto de look pós-moderno onde podemos ter toda uma nova experiência fast-alimentar. As massas do mundo “desenvolvido” se sofisticaram demais para continuar consumindo hamburgers e coca-colas, mesmo quando estão com pressa. Não fica bem, nem um pouco bem, serem surpreendidas num McDonald’s, que não contente de ter fama de gerador de enfartes ainda é acusado de destruidor de florestas tropicais. Além disso, essas massas já foram doutrinadas a gostar de rúcula, tomate seco e capuccino - portanto seus novos paladares não admitem mais aqueles sabores rudes que um dia encantaram a sociedade de consumo em seus tempos primitivos, pré-digitalizados e pré-globalizados.

Ser massa hoje, num país de primeiro mundo, é bem mais complicado. Nada de prazeres fáceis e vulgares, nada de indústria cultural, nada de gostar do que é igual para todos. Agora todo mundo tem que ter personalidade e bom-gosto - sempre definidos por seu padrão de consumo. O produto de massa contemporâneo vem com outra embalagem, para fingir que não é de massa, para aparentar que foi feito só para você, consumidor especial que sabe o que quer, e que para comprar o que quer tem que exercitar o tempo todo o seu sagrado direito da escolha - escolhendo sobretudo algo que o distingue dos outros mortais e atua como seu passe VIP para fora do tão-mal-falado-lugar-comum. Ninguém mais quer estar em nenhum lugar comum, todo mundo quer ser diferente, e ser diferente é chique.

Portanto, o novo McDonald’s é o Prêt-A-Manger, até porque a cadeia da nova fast-food foi mesmo comprada pelo McDonald’s. Mas é uma fast food envergonhada, que salpica tudo - da decoração à bandeja - com “estilo” e “filosofia”. Logo na vitrine, ou na home do web site, quem entra lê: “Nós percorremos distâncias extraordinárias para fugir dos obscuros aditivos, preservativos e agentes químicos comuns na maioria da “fast” food “prepared” que está no mercado hoje em dia.” O aviso “filosófico” ainda diz que todos os ingredientes contidos nos sanduíches e nas bagettes (é claro…) chegam frescos nas lojas todos os dias, e os sanduíches e as bagettes (é claro…) não comidos naquele mesmo dia são doados para instituições de caridade.

Fico imaginando os mendigos, que também são sofisticados no primeiro mundo, escolhendo entre um Crayfish and Avocado Salad e um Black Pepper Chicken on Bloomer Bread, que podem ser servidos nas opções Nut Free, Sesame Free, Dairy Free, ou GM Free (GM Free, para quem não sabe - como eu não sabia, significa que o sanduíche não contém nenhum ingrediente Geneticamente Manipulado, isto é, nada de soja ou milhos transgênicos nem nenhum de seus derivados). Para facilitar também as escolhas dos sem-teto britânicos - e agora também de Nova York, Hong Kong, Tóquio e breve de todas outras cidades “desenvolvidas” do mundo - as embalagens contêm informações sobre valores de proteínas, de fibras, de gorduras (saturadas ou não), de carboidratos (dentre eles a quantidade de açúcares). Um educado lembrete diz que “já que quase todos os produtos Pret são feitos todos os dias a partir de ingredientes frescos os valores nutricionais são apenas médias.” Assim a empresa evita também que algum mendigo, ou consumidor elegante, a processe no futuro alegando que na sua bagette havia 2% mais carboidratos do que os “propagandeados”.

Ao ver tanta opulência numa simples lanchonete não pude deixar de suspirar pensando no meu querido e coitado Terceiro Mundo. Aquilo tudo pode existir ali porque em algum lugar do mundo não existe nada parecido. Isso é matemática de primeiro grau. O planeta não tem recursos suficientes para proporcionar esse padrão de consumo de massas para todas as suas massas. A Terra se esgotaria com quilômetros de plantação de rúcula orgânica de perder de vista e toneladas de tomates limpinhos (de preferência lavados com água mineral Evian…), secando ao sol para depois serem tratados com azeite extra-virgem preparado artesanalmente… (Isso para não falar nos direitos trabalhistas nível comunidade européia que são pagos para quem prepara cada sanduíche daqueles todos os dias!) Não cabe no mundo isso tudo para todos. Não que não fosse bom caber. Mas não vai ter Fome Zero mundial que, nas atuais condições tecno-científicas da engenharia agronômica, vá produzir riqueza o bastante para alimentar o desejo de Crayfish e Avocado Salad (com molho thai, por favor) de toda a população do mundo, se ela vier a desejar tal coisa (como periga desejar se esse estilo de “sofisticação” continuar a se alastrar nessas proporções epidêmicas - como têm se multiplicado assustadoramente, por exemplo, as máquinas italianas de fazer café).

Isso porque estou falando “só” de comida. Imagine que espaço sobraria no mundo se todo mundo tivesse uma casa do tamanho e da “sofisticação” do tipo das que aparecem na Caras ou na Wallpaper (nada contra a Caras… nada contra a Wallpaper…) Ou como seria o trânsito de uma cidade como São Paulo, e os níveis de petróleo no mundo, se todo mundo pudesse ter, como todo mundo parece desejar por razões para mim inexplicáveis a não ser por mero exibicionismo, um Hummer personalizado. Tudo bem, dizem que o carro é bom, dos melhores, já foi testado em guerras no deserto… Eu acredito em propaganda militar e marketing… Mas quem precisa mesmo dele? Quem, em sã consciência, trocaria um bom sistema transporte público por esses dinossauros - sofisticadíssimos, eu sei - cibermecânicos? Mas todo mundo, na hora H, troca a briga por um bom transporte público por um carro vistosão e grandão (coitados dos estacionamentos), se lixando para o mundo, para os outros. E cada vez massas maiores têm acesso a esses bens e vão se empanturrar com tanta sofisticação. Assim caminha o capitalismo, e o fim da história, não é mesmo? Outro mundo é possível? Só se tiver casacos da Burberry para todos, ou relógios Bulgari para todos? Não precisa tanto: mesmo churrasco no domingo para todos já faria um estrago danado.

Tudo bem. Não quero estragar o domingão de ninguém. Todo mundo é filho de Deus, merece ter tudo do bom e do melhor que até hoje só poucos tiveram. Mas a que custo? E porque todo mundo precisa mesmo desse tipo de “bom e melhor”. Não há outros “bons e melhores” bem diferentes disso que hoje as massas parecem desejar? Não vou propor nenhuma patrulha ecopolítica radical para o bem da humanidade. Mas não consigo deixar de achar que o mestre Agostinho da Silva estava coberto de desafiadora razão quando escreveu querendo algo bem distinto disso tudo:”Mas eu quero ver o primeiro homem que não deseja coisa nenhuma! Nunca fazemos treino para isso e, pelo contrário, todo mundo está organizado [...] para desejar alguma coisa mesmo quando não deseja. [...] Quer dizer, o mundo, na fase atual, está continuamente a semear desejos em nós, sendo esse um dos pontos mais importantes do mundo - como é então que podemos chegar a uma economia que não semeie em nós o desejo, mas sim a quietação e não a inquietação”. Grande questão, talvez a maior de todas: por que economia tem que ser inquieta por definição?

Agostinho da Silva não era bobo. Ele sabia que foi a partir desse tipo de desejo que todo um parque industrial foi construído para produzir tantas coisas, e que é só por causa desse avanço tecnológico que podemos hoje pensar numa alternativa “quieta”. Sei que a pregação desse quietismo solidário soa ingênua, comunista, franciscana, reacionária (contra o “progresso”), moralista ou mesmo obscurantista. Parece um sonho do “vamos nos dar as mãos agora e trocar o luxo de poucos pelo simples e necessário para todos.” Só uma mudança tremenda de mentalidade (Agostinho da Silva esperava o Quinto Império, com o Espírito Santo nos iluminando…), da concepção de “desenvolvimento” (para o Brasil se “desenvolver” precisamos mesmo derrubar as florestas e plantar soja?”), ou mesmo da natureza humana, poderia colocar em cheque essa cruel máquina de fabricar inveja, eterna insatisfação e desejos sempre maiores? Desejos por quê? Por uma bolsa Louis Vuitton?!!!

Também acho que não sou totalmente bobo. Consigo evidentemente admirar a beleza de uma bolsa Vuitton desenhada por Takashi Murakami. Acho bacana, bem potlach, que alguém gaste tanto dinheiro para comprar essa bolsa - adoro ver gente queimando dinheiro, quanto mais dinheiro melhor. Mas também sei que o mundo poderia viver muito bem sem essa bolsa (ou que o preço de uma bolsa boa e bonita poderia ser infinitamente mais barato), e não seria um lugar menos interessante por isso. E então não consigo evitar de sempre ver que há algo de podre (a tal cruel máquina de reprodução de inveja, insatisfação e também humilhação) na bolsa Murakami, no sanduíche do Prêt-A-Manger (por mais frescos que eles sejam), ou na hipnótica branquidão dos lençóis de algodão egípcio do Hotel Fasano (isso para não falar no assento térmico da privada do Emiliano).

Sempre vai ter alguém que tem mais, ou vai ter um produto novo - e glamurosamente caro - que você não tem e não pode ter (e o fato de você não precisar ter não tem a menor importância, quando o desejo de ter é o que move tudo). Um restaurante de luxo vai ter que sofisticar e encarecer sua culinária se quiser se manter “acima” dos fast-food sofisticadíssimos que o sucesso de massa do Prêt-A-Manger e do café italiano apenas anuncia de forma tímida e canhestra (ninguém realmente “sofisticado” come no Prêt-A-Manger). Com as massas do primeiro mundo cada vez ganhando mais dinheiro, uma loja como a Prada vai ter que aumentar constantemente e astronomicamente seus preços a cada estação se quiser manter o interesse de uma clientela que compra não produtos mas sim exclusividade, aquilo que todo mundo não pode comprar. Pois sem exclusão, nada disso existiria: se uma roupa é usada por qualquer um, ela necessariamente - no regime de moda no qual vivemos - perde o seu charme. E assim por diante: se todo mundo puder comer nesse restaurante, dormir nesse hotel, viajar nessa primeira classe, todo esse mundo desmoronaria. É preciso deixar sempre gente de fora para a festa da sala VIP ser animada.

O que estou pregando então? Uma comunidade hippie globalizada? Uma nova revolução cultural maoísta? Pretinhos básicos, e nada mais, para todas as moças? Nada disso parece ter dado muito certo, não é? Porque todo mundo está ficando cada vez mais louco ao consumir e não há - até segunda ordem - plano de fuga no shopping center planetário (fugir para onde? até em Cuba as pessoas se jogam no mar revolto só para fazer compras em Miami… e mesmo no Butão, que não tinha TV até os anos 90, agora já tem internet…). Então esta é minha única maneira de terminar este texto com um elegante otimismo: quero apenas menos, um pouquinho menos. Vocês que são brancos, e precisam realmente comprar isso tudo, que se entendam. Não vou nem concluir dizendo que tudo isso me parece um pouco cafona (o que seria muito óbvio - até porque eu gosto de brega!), não vou nem insinuar que não é mais nem um espetáculo interessante contemplar o barulho produzido por tanta insatisfação (e acho que mesmo estratégias situacionistas de desconstrução desses desejos apenas aumentam o barulho, e a quantidade de coisas e ações que atravancam o mundo…) Como diz o Wado, numa canção que adoro: eu vou ficar quietinho, eu vou ficar no meu canto. Talvez essa seja a atitude mais radical.”



Por Thais Carreira.

É possível não comprar o espetáculo.

Bom, tava lendo os posts aqui e pensei algumas coisas diferentes das opiniões manifestadas. Não é que esteja dizendo que elas estão erradas - longe disso, só vim mostrar as divergências do meu ponto de vista.
A mídia tá sendo colocada aqui como extrema e unicamente perversa.. como se manipulasse e controlasse todos os atos de todas as pessoas.
E ok, não vou dizer que não tem uma grande influência. Mas não é como se a sociedade fosse massa de manobra, né gente? É possível que a gente nao 'compre o espetáculo', é possível 'quebrar' a virtualidade.. é só continuar se mantendo alheio e dando maior importância ao que se acha importante.
Não que seja pra ninguém se isolar do mundo ou da conjuntura.. só acho que dá pra manter as vontades, e fazer seu próprio recorte da realidade sem torna-la algo incompreensivo pras outras pessoas.
A enorme quantidade de publicidade que a gente vê condiz com a enorme quantidade de programação.
Talvez só seja mais necessário articular as informações e fazer conexões entre todos os muuuitos dados e informações. Lidar só com aqueles fatos que você selecionou pra interpretar.

Por Bárbara Defanti

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Apenas um desabafo

Na minha última postagem (sobre pessoas inúteis na TV), o Jonatas deixou um comentário falando que a televisão tenta empurrar coisas e pessoas que não agradam. E, na minha opinião, ele utilizou o termo certo: "empurrar".
Por exemplo, eu nunca assisti à novela "A Favorita" e, no entanto, sei de, praticamente, tudo que acontece nela. Toda hora passa propaganda dessa novela, fora os programas da Rede Globo que só falam de novela: "Vídeo Show", "Faustão", "Estrelas", até o "Altas Horas" anda promovendo a programação da Globo.
Olha que eu quase não assisto a Globo, pois além de não passar nada que preste, eu tenho a maior implicância com essa emissora (assumo). Mas, tenho uma bela mania, sempre que estou na fila das Lojas Americanas (sem querer fazer propaganda, até porque ninguém me paga para isso), fico lendo capas de revistas e, adivinha, todas as manchetes das revistas de "fofoca" são de "A Favorita", ninguém merece.
Só quero deixar um desabafo para a Rede Globo e para a mídia em geral, não estou nem um pouco interessada em saber de quem a Lara ou o Haley são filhos, eu respeito as pessoas que gostam dessa novela, mas se eu estivesse interessada, eu assistiria.
Assumo que as capas das revistas eu posso parar de ler, mas se as emissoras não quisessem promover suas programações a qualquer custo, seria bem melhor. Até porque, quem quer assistir, assiste. Não é enchendo a programação de propagandas que vocês vão conseguir audiência. Que tal tentar melhorar o nível da novela?

Por Laís Rodrigues

O espetáculo como denúcia




















Olá companheiros de sala.
Estou postando duas fotos muito interessantes.
Nelas podemos analizar claramente a utilização da "espetáculo" como foi conceituado por Guy Debord.
Estamos acostumados a ver esse tipo de propaganda sendo utilizada por grandes empresas atravéz da grande mídia, baluarte da industria cultural. O "espetáculo" estaria assim a serviço da manutenção do status quo e do sistema.
Porém o que vemos nas imagens acima é a utilização desse recurso de propaganda de massa pela ONG Anistia Internacional e pelo governo cubano como forma de protesto e de denúcia do sistema capitalista e das violações dos direitos humanos.

Renan Soares

Estranho culto à morbidade

Não é de hoje que observamos um curioso interesse da sociedade em geral pela morbidade. Isto fica claro ao passarmos de carro ou de ônibus por um acidente envolvendo vítimas - todos param para dar aquela "olhadinha" nos corpos moribundos estendidos no chão. Digo que este interesse não é de hoje porque ao analizarmos o texto escrito por Vanessa R. Schwartz, percebemos que, ainda em 1888, a população fazia fila na porta do necrotério de Paris para ver os cadáveres expostos, tais quais obras de arte nos museus. As mortes destas pessoas eram noticiadas através do veículo de cultura de massa da época, os jornais. Depois, seus corpos eram levados ao necrotério, atraindo um número surpreendente de visitantes.
Assim, podemos fazer um paralelo entre os mórbidos espetáculos do necrotério de Paris e do velório da menina Eloá Pimentel, morta pelo ex-namorado durante um sequestro. Da mesma forma que o necrotério atría uma multidão de visitantes, estiveram presentes no velório de Eloá cerca de trinta mil pessoas. Muitas delas passaram horas na fila para ter o "prazer" de olhar por alguns segundos o corpo sem vida da menina. Outras, tiravam fotos do caixão tornando a visita ainda mais mórbida.
O velório foi transmitido ao vivo para todo o país, num grande espetáculo midiático. A cultura de massa explorou o "evento" durante semanas a fio. Tudo isto até aparecer a próxima Eloá, ou até um próximo necrotério ser inventado. Mas a certeza que fica, é que este estranho culto à morbidade sempre foi inerente ao ser humano, e sempre será.
(Marcella do Amaral Román).