terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Interferência da mídia em casos policiais

A mídia sempre noticiou vários casos policiais, mas, ultimamente, além de noticiar, a mídia vem interferindo nesses casos. Um grande exemplo dessa interferência é o Caso Eloá.
No Caso Eloá, o Lindemberg assistia tudo que falavam sobre ele na televisão, durante o “seqüestro”. O que poderia estar passando na cabeça de um jovem de 22 anos problemático? “Estou na mídia, vou ser famoso?”, “Todos só falam de mim, então tenho total domínio da situação?” Isso não tem como sabermos, mas é importante questionarmos até que ponto a mídia atrapalha as operações policiais.
Não estou dizendo que é de todo ruim, até porque, eu não entendo muito dessas questões policiais. Mas se a mídia não estivesse acompanhando o caso o tempo todo, o GATE poderia ter trabalhado com mais “liberdade” e, poderia até ter acionado o atirador de elite, já que o comandante afirmou em rede nacional que não acionou o tal atirador, porque seria recriminado pela mídia, pelo fato de matar um jovem de 22 anos.
Sem esquecer o fato que o Lindemberg estava negociando com a mídia e, isso ficou claro quando ele aceitou falar com a Sônia Abrão do “A tarde é sua” da Redetv, que teve uma postura completamente antiética nesse caso. Além dela, o Brito Jr do “Hoje em dia” da Rede Record também tentou falar com o rapaz, mas não conseguiu. Essa atitude é completamente antiética, a partir do momento que eles não entendem sobre o assunto e, não tinham nem idéia do que passava na cabeça daquele garoto. Então vamos pensar direito, não vale a pena aumentar o ibope pondo em risco a vida de uma pessoa, seja ela quem for, principalmente, uma menina de 15 anos.
Eles tinham que parar de pensar que aquilo era brincadeira. Apesar de parecer, aquele fato não era um show midiático que precisava de ibope. Uma vida, ou melhor, três vidas “estavam em jogo” (a da Eloá, a da Nayara e a do Lindemberg também).
O comandante do GATE foi muito criticado por não ter acionado o atirador de elite, mas será que essa era a melhor opção mesmo? Concordo que entre a vida da vítima e a vida do futuro assassino é muito mais importante salvar a vida da vítima. Mas, o papel da polícia não é, ou pelo menos, não deveria ser matar ninguém e, sempre há uma terceira opção, na qual não haja mortes.
Outro fato é que o Lindemberg estava assistindo tudo pela televisão e, mesmo assim, as emissoras contavam tudo o que os policiais faziam em Rede Nacional, inclusive o fato que tinham policiais no apartamento ao lado. Ou seja, a mídia dava todas as informações para que o Lindemberg se preparasse, logo, prejudicaram e muito a atuação policial. Diante disso, deixo uma reflexão a ser feita: Manter o público informado é mais importante do que salvar uma vida?

Por Laís Rodrigues

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