sexta-feira, 17 de abril de 2009

Ônibus da Morte

Achei essa matéria interessante porque este ônibus acaba por se tornar um grande espetáculo. Não é público, mas só o fato de possuir uma sirene já chama a atenção. A matéria também chama a atenção para a importância da televisão nas execuções, que são feitas em todos os cantos da China.

Conteúdo extraído da revista Superinteressante (http://www.superinteressante.com.br)24/03/2009 12:13:00
Ônibus da morte: Governo chinês usa ônibus para executar prisioneiros. Execução itinerante é novo método para se livrar de condenados.



Tirando a sirene no teto, ele não tem nada de especial. É um micro-ônibus azul e branco, com janelas escurecidas e a palavra “polícia” discretamente pintada na porta. Mas, quando os presos o ouvem se aproximar, o fim está próximo: é um dos 40 ônibus da morte criados pelo governo chinês, que viajam pelo país executando os condenados à pena capital. Quando chega a uma cidade, o ônibus vai direto para o presídio. Ele tem uma maca e acomodações para apenas 6 pessoas – o médico, o oficial de execução e os guardas. O prisioneiro é tirado da cela, amarrado à maca e recebe uma injeção com sódio tiopental (para que ele fique inconsciente), brometo de pancurônio e cloreto de potássio, substâncias que causam parada respiratória e cardíaca. A execução é transmitida ao vivo, por um circuito fechado de TV, para as autoridades locais. Se houver mais algum condenado para matar, repete-se o procedimento. Se não, é hora de cair na estrada. Segundo o governo, os ônibus da morte são uma tentativa de humanizar o sistema de execuções na China (o número oficial não é divulgado, mas acredita-se que até 10 mil pessoas sejam executadas por ano). Antes da criação da frota, em 2004, a maioria dos condenados era morta a tiros. Isso porque a injeção letal, considerada um método de execução menos cruel, só estava disponível em Pequim – e nem todas as cidades podiam, ou queriam, pagar para que seus condenados viajassem até lá. “Eu tenho orgulho [do ônibus]. Ele é humano, como uma ambulância”, disse o criador dos veículos, Kang Zhongwen, ao jornal USA Today. Mas ongs de defesa dos direitos humanos afirmam que o verdadeiro objetivo dos ônibus da morte é outro. Eles estariam sendo usados como pequenos centros cirúrgicos, onde os órgãos dos presos seriam retirados logo após a execução – e vendidos no mercado negro por autoridades chinesas. Mas é difícil provar essa acusação, pois o corpo dos condenados é cremado logo após a morte.

(Juliana Chavantes R.)

Um comentário:

nayara disse...

"humanizar o ato de execução”, como se tal ato fosse de diretio ao homen. É aqui que se percebe como a sociedade é o próprio espetáculo onde o fim não é nada , o desenvolvimento é tudo e a teleologia do espetáculo é o próprio espetáculo.

As autoridades na tentativa de tornar o ônibus o mais próximo de uma realidade muito mais ligada ao cuidado utilizam a absurda analogia com a ambulância.
O espetáculo se torna mais real que a vida concreta.
E não é de hoje que se espetaculariza a morte.
É só alguem ser atropelado ou desmaiar em via pública que a multidão já se junta a "assistir".
E aí eu me pergunto. Como fugir dessa espetacularização criadas por nós, se não, tentar usar seu potencial e seus pontos de inflexão para algo mais produtivo.
Não escapamos mais de espetacularizar tudo.

Tentei postar mas estou com problemas. O blog não aceita de jeito nehum. dá problema nos "tags".????
Alguém pode me dar um help?