quarta-feira, 18 de março de 2009

O Dia: diferente quase todo dia

Inaugurando os trabalhos deste semestre, chamo atenção para um fato que me incomodou esta semana: em pouquíssimo tempo o jornal O DIA mudou novamente de cara. Por informações internas (tenho um amigo de lá), a direção do jornal espera vender mais com essa nova alteração.

O estranho é que a nova cara do jornal se parece muito com uma anterior (antes da última reforma, que tornou a marca azul e laranja). Agora, ele voltou a ter a marca em amarelo e azul e passou a ser em um formato menor - segundo o jornal, mais fácil de manusear. Mas o que interessa é o pouco tempo que a, agora, antiga marca ficou circulando.

Só para situar, o jornal O DIA está há mais de 50 anos no mercado, mas somente quando o jornalista Ary Carvalho o adquiriu, o jornal ganhou mais notoriedade, com notícias de forte apelo popular, era o chamado jornal que 'espreme e sai sangue' - como o Povo era há algum tempo atrás.

Na década de 90, com a jornalista Ruth de Aquino na direção, o jornal sofreu uma grande transformação, não somente no conteúdo, como também no visual (a marca abaixo)


Com a chegada do jornal EXTRA no mercado, O DIA começou a perder leitores. Assim, em 2006 (2 de abril), aparece sob uma reforma gráfica drástica (marca abaixo). Sob a campanha 'Qual o papel do jornal de papel?', o diário parecia que queria atingir um novo público, lançado ao preço de R$1,50 nas bancas.


Parece que O DIA estava até conseguindo pegar uma outra fatia do mercado, pois há pouquíssimo tempo O GLOBO lançou a campanha 'Muito além do papel de um jornal' (vídeo da campanha no final do post). Propositalmente ou não - pois fala mais sobre o fato de se ter notícias em qualquer lugar - conhecendo-se as campanhas, a ligação é quase que instântanea.
E, quando achei que a briga pudesse realmente acontecer, eis que surge um novo jornal O DIA, apenas três anos após a última reforma. A marca, desde o último domingo (15 de março), aparece desta forma:



Gostaria mesmo de saber qual o motivo (sério, de verdade) que levou a nova mudança gráfica no jornal. Se sabe que marcas podem ser reformuladas sem prejuízo à imagem da empresa, mas como fica o leitor que reconhece o jornal que lê (de longe) pelas cores, pelo tamanho, pelo jeitão dele? Ao folhear o jornal se percebe pequenas semelhanças com seu irmão, o jornal MEIA HORA; será o jornal O DIA não está cavando a própria cova e retirando leitores de uma publicação para a outra?
Mais leitores ou menos leitores, a volta a uma idéia anterior da marca é clara, principalmente se colocarmos às últimas três uma ao lado da outra. Veja:



Pelo visto, o próximo passo será voltar ao 'espreme que sai sangue'...

Campanha 'Muito além do papel de um jornal'


Por Érica Ribeiro

Um comentário:

Anônimo disse...

Essa campanha da Globo ficou excelente!
Quanto ao jornal O Dia, de vez em quando vejo on-line alguma coisa, não tenho opinião sobre o impresso. Nem sabia que a logomarca tinha mudado!
Mas voltando à camapnha da Globo, o publicitário que a idealizou merece meus parabéns. on-line, on time, full time.